terça-feira, 8 de outubro de 2019

Lições sobre a ceia e reflexão referente ao valor da igreja


A ceia reúne pessoas que acreditam em Cristo e  em sua obra vicária; ela demonstra o quanto o homem vale para Deus.

No dia 5 de outubro de 2019, estive na igreja onde congrega uma irmã que toca na mesma orquestra que eu, Orquestra Peregrinos Para Sião, e compartilhei sobre a Ceia do Senhor, registrado na primeira carta de Paulo aos Coríntios no capítulo 11.

Falei que a ceia apresenta algumas lições que valem a pena meditar. Uma delas é a de dar e receber, envolvido no cerimonial. Observe que o verbo ”dar” é repetido várias vezes no texto, e outra vez, no contexto. Neste caso, está escrito que quem chegasse primeiro deveria esperar por quem ainda não havia chegado. Ou seja, aqui o "dar" está implícito. No mais, o texto diz que Paulo recebeu as informações sobre a ceia diretamente do Senhor, e depois, "deu" aos irmãos de Corinto; também diz que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e suco, abençoou e "deu". Portanto, há uma prevalência do verbo "dar" na Ceia do Senhor.
Momento de celebração da Ceia do Senhor na Assembleia de Deus Min de Interlagos. Foto: Boas Almeida
Além disso, aprendemos que as pessoas que tomam ceia foram convidadas pelo próprio senhor Jesus. Em todo o novo testamento, está registrado que Cristo chamou pessoas para, juntos, fazerem refeições. Confira em Mt 14 e 15, na multiplicação dos pães, e em João 6.35; 7.37-38 ,no ultimo dia da festa e ,também, em outros textos bíblicos.

No caso da cerimônia registrada em Lucas 22, especificamente, apesar de o tempo verbal da frase estar no imperativo, o que sugere uma ordem dada aos discípulos para que preparassem a páscoa, o versículo 15,  dá o tom de convite. Pois assim está escrito, “Desejei ansiosamente comer esta páscoa com vocês antes de sofrer.“ (NVI). Neste caso, Lucas registrou com quem Jesus queria cear, naquele momento. É possível ver, no contexto, o convite feito aos homens, pois Jesus teve o desejo de cear com os discípulos e foi atendido por eles. O escritor passa a ideia de que o desejo de Jesus poderia não ser atendido, porque a vontade era apenas dele.

No desenrolar daquele ato, Cristo instituiu a ceia, praticada pela igreja. Porém, a Ceia do Senhor não é a páscoa dos Judeus. O primeiro era um cerimonial ordenado e, ainda, praticado pelo judaísmo, enquanto o segundo, instituído por Cristo, é praticado pela igreja. Em Corintios, o apóstolo Paulo falou do segundo e deu instruções de como faze-lo, e não do primeiro. 

A igreja entende que a ceia é uma ordenança, e eu também penso assim. Vejo, também, que acima da ordem de como realizar a ceia está o convite para que os pecadores sigam o Cristo. Ele convidou! Sem atender o convite para segui-lo, não há como participar da ceia . A Ceia é um cerimonial que simboliza que Cristo morreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu e um dia retornará para arrebatar a igreja. Todos são convidados a crer nisso, mas nem todos acreditam.

Às vezes penso que o discurso pregado na igreja coloca o homem como alguém tão insignificante, que enfraquece o sacrifício feito pelo Salvador. No que se refere a comparar o homem com Deus, com certeza, o homem é pó. No entanto, a bíblia nos chama de pó quando confronta o homem na sua arrogância, no seu ego, no desejo de ser igual a Deus ou mesmo, na ideia de que não precisa dEle. Nesse sentido, o homem é pó.

Mas quando aplicado ao homem arrependido e convertido ao Senhor, parece que tem efeito contrário. Pois sugere a ideia de que o Cristo se sacrificou por alguém que não valia e continua não valendo nada, mesmo após o novo nascimento. Penso que homem rendido ao Cristo, nascido de novo, revestido do Espírito Santo, chamado de templo da terceira pessoa da trindade, de noiva do Cordeiro, identificado como quem recebeu promessas sobre o arrebatamento, ressurreição dos mortos e vida eterna não pode ser desqualificado, de forma alguma.

Portanto, se a ceia é o ajuntamento daqueles que vão para o céu; se só irão para o céu aqueles que receberam e atenderam ao convite feito pelo Salvador Amado. Logo, o Salvador Amado convidou as pessoas que vão ao céu para tomarem ceia.

A meu ver, erra o crente que vai ao culto de ceia porque é uma convocação ministerial, ou porque o pastor vai chamar à atenção e muitos outros motivos. Penso que acerta quem ceia porque foi convidado pelo Salvador; porque Ele ordenou que fosse preparada a ceia para aqueles que creram nele; porque é uma reunião de avivamento, de celebração, de alegria porque Cristo morreu pelo homem e porque a reunião da ceia é entre irmãos em Cristo, que comungam a mesma esperança
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Vem cear”, o Mestre chama – “vem cear”.
Mesmo hoje tu te podes saciar;
Poucos pães multiplicou,
Água em vinho transformou,
Vem, faminto, a Jesus, “vem cear”.
Harpa Cristã, hino 301

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Por que frequentar a Escola Dominical?


O conhecimento das escrituras é adquirido por meio do estudo sistemático da palavra de Deus. Quanto mais o crente se dedica ao exame das escrituras, mais ele terá condições de desvendar os textos que retratam os assuntos mais espinhosos das escrituras sagradas.

Na igreja, há meios disponíveis para o cristão ampliar o universo de conhecimento. Podemos citar os cursos teológicos, os simpósios, os seminários e também a Escola Dominical (ED).
Pr. Marcos Cruz fazendo o encerramento da Escola Domincal da Assembléia de Deus Min. de Interlagos.
Foto: Mateus Cardoso.

A Escola Dominical é o meio mais utilizado pela igreja, desde o século XVIII, para proporcionar conhecimento aos cristãos. A partir de Robert Reikes, que  utilizou-a pela primeira vez para ensinar as crianças de sua época, grandes evangelistas como John Wesley e outros usaram-na também. Com isso, a Escola Dominical se tornou o grande ambiente de troca de conhecimento ,que hoje é.

Na ED, os cristãos interagem com o professor; questionam e, geralmente, as lições trazem temas que geram debates entre os participantes. As argumentações se estendem  para além da ambiente da igreja e, em muitos casos, o tema da última aula torna-se a discussão familiar por toda semana que se segue.

As aulas de músicas também foram acrescentadas à Escola Dominical. Além disso, descobriu-se a facilidade de comunicação, na ED. Essa oportunidade fez com que  ela assumisse a função de um centro de informação, para a igreja. Por fim, os acadêmicos, estudantes dos mais diversos cursos  superiores,  compartilham conhecimento com a igreja. Geralmente, os temas são ligados a suas áreas de  graduação.

Portanto, quem frequenta uma Escola Dominical, além das vantagens citadas no texto, faz  amizade e estreita os laços fraternais com os demais irmão, que nela estudam.

A Escola dominical da Assembleia de Deus Ministério de Interlagos acontece aos domingos, às 8h, no templo da igreja, localizado a rua José Francisco de Freitas, 846, Jardim Maria Rita-São Paulo-SP.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Notoriedade ou escuridão


Igreja brasileira recebe celebridades em seus cultos, passam a ocupar mais espaços na imprensa e precisa lidar com a vaidade

O texto de Habacuque capítulo 3 registra a oração do profeta pedindo ao Senhor que promova um avivamento na obra e torne-a conhecida. Penso que os dias de notoriedade da igreja estão chegando.

Ao longo da história, o cristianismo ocupou as primeiras páginas dos jornais. O Avivamento da rua Azusa no início do século XX, o evangelista Billy Graham foi capa de revistas e manchetes de jornais, Reinard Bonnke, pregador alemão que dedicou-se ao evangelismo no continente africano e muitos outros. No Brasil, especialmente a partir das eleições de 2018, os evangélicos ocupam, cada vez mais, espaços dos jornais.

Sites dedicados a noticiar fatos voltados ao público evangélico informam que personalidades nacionais e internacionais se converteram ao cristianismo. Foi publicado que a cantora Demi Lovato se batizou no rio Jordão, o ator Brad Pitt voltou a frequentar reuniões evangélicas, o cantor Arlindo Cruz foi ao templo e muitos outros se achegaram aos locais de culto cristão.

É claro que como cristão, dou glória a Deus, Mas pergunto: Será que são estes os dias de notoriedade pedidos em oração pelo profeta? Creio que não!

Se por um lado é bom que as celebridades se dirijam à igreja, por outro, a porta cultural se escancara, as produções artísticas ganham força e a estética toma primazia.  Ai surge a pergunta: Para aonde vai o espiritual da igreja?

Preocupo-me com a ampliação da atenção que a igreja pode dar aos ‘superestrelas’ que se renderam ao Cristo e, por isso, trilhe com mais força, o caminho da beleza externa. É lógico que as personalidades não constituem um problema para a igreja, pois, penso que eles vão ao Salvador com o intuito de busca-lo e conhece-lo a fim de fugir do mundo da vaidade, da idolatria e etc. Mas encontram crentes despreparados, que os tiram da cruz e o colocam novamente nos holofotes. Ai vira notícia.

Creio que a notoriedade pedida pelo profeta, não tem conexão com a que vemos hoje.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Particularidades narradas por João nos capítulos 21 e 21, do seu evangelho


Os capítulos 20 e 21 do evangelho de João chamam atenção para alguns assuntos que merecem nossa atenção. Eles sugerem que o escritor se preocupou em mostrar como o Cristo queria trabalhar a particularidade de cada pessoa envolvida nas cenas. Vejamos:

No capítulo 20, o apóstolo descreveu a ida das mulheres ao tumulo, a pedra removida, o tumulo vazio, os anjos dentro do tumulo, os lençóis e as faixas deixadas por Cristo no local onde o deitaram, o dialogo delas com Jesus e a entrega da notícia da ressureição a seus seguidores, como ele ordenara; narra, também, a chegada dos dois discípulos ao local do sepultamento, a entrada deles no sepulcro,  a reunião deles na casa, às portas fechadas, a segunda reunião, os dois aparecimentos do Messias entre eles, as saudações de paz, o envio do Espírito Santo e a constatação feita por Tomé. Apesar de que o apóstolo não se descreve como alguém que possuía percepção aguçada, ele conseguiu imprimi-la no texto.

Já no capítulo 21, João descreveu os discípulos na praia, a repentina ida à pescaria e o insucesso da empreitada; escreveu que Cristo deu ordem para que lançassem as redes à direta do barco e que a pesca foi um sucesso. Relatou, também, que os discípulos reconheceram o salvador apenas naquele momento, que Pedro pulou ao mar por estar sem roupas e a chegada do barco cheio de peixes, à praia; registrou, ainda, a fogueira acesa assando um peixe, a solicitação que Cristo fez por um pescado, o convite feito aos discípulos para comerem o assado; além da chamada específica que o salvador fez a Pedro, para apascentar ovelhas e cordeiros.

Esses capítulos sugerem o interesse de João em relatar as individualidades dos discípulos, na percepção das coisas.

Em primeiro lugar, João não viu as coisas que Pedro viu quando chegaram ao túmulo. Parece que quem mostrou mais objetos para o discípulo amado foi o apóstolo Pedro. Apesar disso, apenas João creu.

Apesar deles possuírem experiências profissionais como pescadores, pois era o que faziam antes da chamada divina, dá-se a impressão, de que, liderados por Pedro, repentinamente, os apóstolos resolveram pescar; mesmo que haviam deixado de executar a atividade enquanto seguiam o Cristo. O resultado dessa pescaria foi o fracasso, não pescaram nada! (João se descreve na cena como filho de Zebedeu, mas Pedro, que não creu, lidera o trabalho)

Além disso, o texto descreve que o salvador foi até eles, em alto mar, e ordenou que lançassem as redes à direita do barco, assim fizeram e pegaram 153 grandes peixes. Tal fato sugere que eles estiveram sem direção até o momento em que se encontraram com Jesus.

Outro ponto dentro dessa narrativa, é que a forma descrita por João sugere que o próprio salvador preparou um peixe, na brasa, para os discípulos comerem, quando retornaram à praia. Mesmo quando as coisas realizadas sem programação, dão erradas e nos rendem perda de tempo, o Senhor, sem o nosso pedido, se oferece para consertar.
Por fim, Jesus perguntou a Pedro, por três vezes, se ele o amava. Fato que no texto hebraico e latim, sugere que o discípulo ficou triste pelo quê da pergunta e não pela terceira vez que perguntou.

Nas duas traduções acima citadas, Cristo perguntou por duas vezes se Pedro o amava, mas na terceira, se era amigo. Então, após o último questionamento, Pedro ficou triste. No entanto, será que a tristeza foi motivada por que o salvador desceu o nível da pergunta, ou seja, de amor que dá a vida por alguém (diligis) por amor de amizade? Ou o discípulo sentiu-se frustrado por não ter correspondido a expectativa que ele mesmo apresentou, quando disse ao Senhor, “ darei a vida por ti”? Uma coisa é perguntar se você me ama, outra, se é meu amigo.

sábado, 28 de setembro de 2019

Líder de jovens deve ter a resposta certa, diz presidente da COMADESPE

Preparo e contextualização foram temas desenvolvidos pelo presidente da COMADESPE, para líderes reunidos no simpósio

O pastor da Assembleia de Deus Ministério de Cubatão e presidente da Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus do Estado de São Paulo e Outros (COMADESPE) incentivou os líderes de jovens, reunidos no 5o Simpósio para Líderes de Jovens, em Taubaté-SP, a que se prepararem par
Pr.Carlos Roberto Silva, presidente da COMADESPE ,
no simpósio em Taubaté-SP. Foto: Marcos Cruz

a dar respostas corretas a seus liderados, sobre os diversos assuntos, que envolve a juventude. O evento, realizado neste sábado (28), é organizado pelo Conselho de Assuntos para a Juventude (CAJ), da convenção.

Em referência à continuidade do ministério pastoral, o pastor Carlos Roberto disse, " o simpósio é a manifestação do interesse da COMADESPE e dos pastores pelos jovens, para  que continuem o ministério iniciado há décadas". 

A liderança da juventude, em suas respectivas igrejas, exerce funções de pastor. O líder ora, aconselha, prega, ensina e acompanha o liderado por muito tempo. Por isso, precisa estar preparado para manter a ordem do conjunto que lidera. Por isso, quando questionado, "pense em qual seria a resposta que o pastor daria à causa, que a você, líder, foi apresentado". " Então, após pensar, dê a resposta necessária!", afirma o pastor.

Na exposição, o pastor motivou os influentes compreender a posição que ocupam na organização onde atuam, respeitando o contexto de cada igreja. " é importante que vocês entendam que na Assembleia de Deus há cerca de quatro gerações de pessoas reunidas.  Nossa igreja tem 108 anos. Entendam que as coisas vão mudar, gradativamente", concluiu.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Igreja brasileira precisa de avivamento espiritual

A igreja que se desconecta da missão enquanto está nela, precisa retornar à base para que o objetivo seja esclarecido novamente



As pregações que ouvimos pelos meios de comunicação, nestes dias, apresentam um Cristo fraco, incapaz de salvar o ser humano e não interessado em levar o povo ao paraíso eterno, como prometido em João 14.

Não é incomum ouvirmos mensagens que apresentam viés de autoajuda, que incentiva a vingança ou questiona os valores cristãos, como: bíblia sagrada, Espírito Santo, família, arrebatamento e vida eterna. 

O que esperar, então, dos  pregadores midiáticos? Se continuarmos na linha de raciocínio estabelecida por eles, veremos que continuarão na mesma direção para aonde estão indo há anos, ou seja, ao paraíso na terra.

Não é errado querer e preparar-se para galgar as melhores posições neste mundo, agora, pensar apenas nele e esquecer os valores celestiais, nos distancia totalmente do plano de divino. Devemos buscar aqueles, sem tirar estes da condição de prioridade.

Se uma parte da igreja vive o cristianismo terrestre, capaz de levar o homem apenas ao topo de uma empresa, ou mesmo às realizações humanas, vivemos uma crise teológica, e talvez de identidade.

Quem é a igreja? Por que ela está na terra? Qual a finalidade de Cristo ter vindo a este mundo, morrido na cruz, ressuscitado ao terceiro dia e, após sua ida aos céus, enviado o Espírito Santo? Quais são os deveres dos pregadores da palavra de Deus, segundo a bíblia sagrada? Se estas perguntas forem respondidas apontando apenas a terra, se aqueles que nos ensinam a palavra de Deus limitam nossa esperança apenas a este mundo, precisamos de um avivamento espiritual, porque os líderes se perderam, estão sem a direção do Consolador Amado.

Assim, me junto ao profeta Habacuque em sua oração, quando disse: ”Aviva o Senhor a tua obra. No meio dos anos a notifica. Na ira lembra-te da misericórdia”. (Habacuque 3.2)
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Mulher com doutorado está fora da vontade de Deus. Será?

De onde o Bispo Macedo tirou a ideia de que a mulher que faz faculdade se afasta do plano divino?
Não acreditei quando uma pessoa com quem trabalho, no estágio, me informou que o líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) havia dito que as filhas, dele, cursariam apenas ensino médio, porque o curso superior as colocaria na posição de cabeça e essa condição é contra a vontade de Deus. Tal pensamento é estranho para os leitores da bíblia.

É fato que ele falou para seu povo, no seu templo, sobre suas filhas. No entanto, o discurso de um líder como ele influencia a comunidade que está sob sua liderança, e transmitido pela TV,  respinga nas mulheres que congregam em outras igrejas, além de aterrorizar as que não frequentam um templo evangélico.

Para não ter dúvidas do sermão do bispo, vamos à transcrição do vídeo.
“...Vocês precisam saber, quando nós fomos pra fora, lá nos Estados Unidos, elas, às duas eu falei, vocês vão fazer o High School, que é apenas ensino médio. Vocês não vão fazer faculdade. A Ester me apoiou! Mas os parentes acharam um absurdo, por que vocês não vão fazer faculdade?  porque se você se formar em uma determinada profissão você vai servir a sim mesmo, você vai trabalhar para si. Mas eu não quero isso! Vocês vieram para servir a Deus eu quero que vocês sirvam a Deus. Entendeu o que estou falando? Não estou contra você estudar e se formar não, mas no caso delas, eu não as criei para servirem a sim mesmas, eu as criei para servirem ao Senhor . Você vai fazer até o ensino médio, depois, se você quiser, você vai fazer a faculdade, você que sabe. Até o seu casamento, você será apenas uma pessoa de ensino médio... Se a Cristiane, na minha visão, fosse doutora e tivesse um grau de conhecimento elevado e encontrasse um rapaz que tivesse um grau de conhecimento baixo, ele não seria o cabeça, ela seria cabeça. E se ela fosse a cabeça, não serviria a vontade de Deus"

Em qual texto bíblico ele se apoiou para dizer que a mulher graduada deixa de servir a Deus?  Essa fala está carregada de erros de interpretação sobre o posicionamento do homem como cabeça e da mulher com formação, em relação da vontade de Deus.

O líder da IURD se desconectou do livro sagrado ao dizer isso, porque, há na bíblia exemplos de mulheres que apresentaram nível alto de conhecimento e, nem por isso deixaram de servir ao Senhor. Vejamos o caso de Priscila, registrado em vários livros do Novo Testamento.
Antes, porém, leiamos o que Paul Gardner escreveu sobre ela: “Das seis vezes em que o casal [Priscila e Áquila] é mencionado, em quatro Priscila é citada em primeiro lugar. Isso tem levado vários estudiosos a acreditar que ela pertencia a uma classe superior à do marido. Sustenta-se que Áquila era escravo judeu que conquistou a liberdade em Roma e Priscila pertencia a uma família romana chamada ‘Prisca’”.
A Bíblia registra, em Atos 18.18-26, que um eloquente pregador, por nome de Apolo, passou pela cidade de Éfeso, pregando o evangelho. Também diz que, após o ouvir, ela tomou a iniciativa de convida-lo  para ir à sua casa, a fim de ensina-lo um pouco mais, sobre coisas “maiores do que as que ele sabia”.

Assim sendo, uma mulher com características de uma família romana, na época, superior à do marido serviu a Deus e cooperou com o apóstolo Paulo. Veja: Ela examinou o sermão de Apolo, identificou que ele sequer conhecia o Espírito Santo, convidou-o para ir à sua casa , a fim de aprender um pouco mais; serviu o ministério de Paulo com muita presença e, aparentemente, teve mais visão do destino para aonde devia seguir, e nem por isso deixou de servir a Deus. Portanto, a mulher ter uma visão de campo maior que o homem não significa que ela está fora da vontade de Deus.

Se o pensamento do bispo Macedo tivesse embasamento bíblico, certamente, a história de Priscila não estaria registrada no Novo Testamento.