sábado, 26 de dezembro de 2020

A conversão de cristãos ao judaismo

A Judaização moderna dos cristãos 

A crescente adesão de pastores e igrejas ao uso de utensílios comuns da religião judaica me tem feito pensar um pouco mais sobre o assunto. Não pela beleza das peças, afinal, alguns objetos são lindos, mas pela construção da imagem de Deus que a religião judaica fez.
Quando penso no יהוה pregado pelo judaísmo, percebo que ele é muito diferente do que foi pregado por Cristo e pelos apóstolos. Embora seja o mesmo Deus, o judaísmo o apresentou ao mundo como inacessível ao ser humano necessitado.
Para se constatar esse fato, pense em como seria o fim da vida do leproso, da mulher que sofria de hemorragia, de quem fosse pego no ato do adultério e em muitos outros exemplos sob a perspectiva do judaísmo. Acrescento que, na visão dele, uma mulher, samaritana e adultera jamais teria uma conversa a sós com um rabino, ainda mais com o Messias nas circunstâncias como as que estão registradas em João 4. Aquela religião jamais pregou que uma prostituta desesperada para abandonar a prostituição teria oportunidade de entregar o seu vaso de perfume ao Messias, como fez a mulher do alabastro. Aliás, o fato registrado em Mateus 26 causou indignação até mesmo nos discípulos de Jesus que ainda estavam presos ao judaimo.
Talvez alguém me diga: "mas e os exemplos de Davi, Moisés e os demais, você também diria que eles apresentaram Deus de forma errada?" 
Antes, é bom esclarecer que não estou afirmando que o judaísmo errou em sua pregacao, mas questiono a imagem que passaram sobre Deus, sobretudo, quando se refere ao pecador arrependido.
Sobre a questão acima, entendo Moisés, Davi e os profetas não apresentaram יהוה da forma que o judaísmo apresentou. 
O Deus de Moises ouviu a causa das filhas de Zelofeade.(Num.27). E não apenas isso, Ele também reconheceu o questionamento feito por elas, considerou como justo e atendeu o pedido; já o rei Davi o apresentou como alguém mais acessível e receptivo ao pecador quando disse: "melhor é cair nas mãos do Deus vivo em quem há misericórdia". E até o profeta Jonas, com sua rebeldia, pregou o amor de יהוה pelo pecador arrependido ao se recusar ir a Nínive para pregar o arrependimento.
Um segundo ponto que me faz pensar sobre esse tema é: por muitos anos, a igreja evangélica pentecostal condenou o uso do cruscifixo dizendo que era "símbolo do catolicismo", mas agora, uma parte da igreja insere os símbolos do judaísmo em seus cultos sobre qual argumentação? De devoção? Quer dizer que os cristãos poderão usar a estrela de David, o castiçal e outros como adereços pendurados em seu corpo porque eles representam poder, virtude, sorte ou o que? 
O que temos aqui é a descontrução da liberdade proporcionada pelo evangelho pregado por Cristo. Considere que a nossa época exige recursos teológicos e retóricos dos pregadores. Recursos que são adquiridos por meio de estudos nas academias, mesmo que sejam utilizados para apresentar ao mundo o Deus libertador, perdoador e reconciliador; além disso, como viver o poder do evangelho é mesmo difícil e não muitos conseguem pregar por meio do testemunho, antes seu testemunho de vida se contrapõe ao discurso oral, fica mais fácil recorrer ao misticismo, ou até mesmo buscar a conversão dos convertidos como reforço para fortalecer o enfraquecido. Nesse caso, converter os cristãos ao judaísmo. 
Por último, entendo que Cristo apresentou Deus na terra entre os homens , enquanto para o judaísmo, ele está nas alturas, de onde jamais desceu, e aonde, segundo ele, apenas os sacerdotes podem chegar. Talvez essa isso explique o porquê da adesão de muitos líderes cristãos aos utensílios judaicos.

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