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É estranho pensar que a igreja
brasileira tenha que permanecer com seus templos fechados durante o período de isolamento social. Quando nos deparamos com a notícia de que, de fato, os
cultos passaram a ser realizados no ambiente virtual, parece que os pastores
cederam à doença e não acreditam mais em Deus, pois ao invés de orar pela cura
dos enfermos, obrigatoriamente, suspenderam o culto presencial no templo para
não se contaminarem com o novo coronavírus.
Não podemos analisar a ação dos
pastores sem recorrer aos textos de Paulo. Em Filipenses 1.23,24, assim diz o
apóstolo: “encontro-me num dilema: meu desejo de partir e estar com Cristo – o que me
muito melhor-, porém por causa de vocês, a necessidade maior é permanecer no
corpo. Sim, estou convencido disto;”, diz Paulo. No
referido texto, existem dois temas: desejo de partir e a convicção para ficar, no entanto, parece
que ambos estavam disponíveis à escolha do apóstolo, naquele momento. Nesse caso, a necessidade de ficar prevaleceu.
Afinal, por que Paulo quis permanecer
vivo e entre os irmãos? Segundo o texto que lemos na carta aos filipenses, havia necessidade de que os irmãos fossem alimentados com o alimento espiritual, a fim de atingirem a
maturidade cristã. entretanto pergunto: Se Deus concedesse o desejo que o apóstolo tinha de partir, será que os irmãos ficariam órfãos, sem um apóstolo que tivesse o mesmo cuidado que Paulo tinha? Ao que tudo indica, havia duas coisas que o apóstolo queria ensinar àqueles irmãos: progressão e alegria.
Na primeira, os filipenses
precisavam crescer em Cristo e atingir a mesma maturidade que o apóstolo tinha em
relação a fé em Cristo. Veja que, no texto seguinte, Paulo atrela o crescimento dos irmãos à permanência dele entre os filipenses (26). Através dele os gentios aprenderiam orar melhor, teriam mais
conhecimento das escrituras e saberiam explicar melhor as doutrinas da
encarnação do filho de Deus, seriam mais aplicados à evangelização dos
povos vizinhos, além de todos os outros assuntos tratados naquela carta.
Por outro lado, os irmãos também
precisavam alcançar a alegria visualizada por Paulo. Mas como o pregador aos
gentios enxergava a alegria? E primeiro, o apóstolo fala da alegria de estar em
Cristo, de ser um cristão, de receber a nova vida, de ter a oportunidade de
viver as experiências que somente o evangelho proporciona aos cristãos. Segundo,
pela comunhão de estar entre os irmãos em Cristo, de comer e
beber juntos, e também de dividir as alegrias e as tristezas.
Pensando nisso, é possível
entender o porquê o apóstolo Paulo desejou ficar e permaneceu vivo, como que tudo tivera acontecido simplesmente por meio de uma escolhe pessoal dele. Não entendo que ele tenha ensinado que os obreiros são insubstituíveis, mas que cada um tem uma forma particular de contemplar a obra de Deus, de realizar e se dar por satisfeito, em relação ao que lhe foi pedido.
Portanto, a meu ver, assim como Paulo fez, a igreja deve agir em tempos de pandemia. Não podemos pensar que a nossa experiência
com Cristo resume-se apenas aqui, em nosso mundo, ao nosso redor e em nós. Antes, a igreja
deve entender que proporcionar o encontro entre Deus e às pessoas que ainda
não tiveram um encontro com Cristo é a missão nesse momento. Por isso, vale a pena pensar em se prevenir para não contrair a covid-19 porque
ainda existe muito trabalho a fazer.
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