Funkeiros cantam e dançam na catedral da AD em Mdureira |
A busca para alcançar grandes massas tem feito com que
muitos pastores lancem mão de “tudo”, no processo evangelístico. Meios que
outrora foram condenados pela igreja, agora são aplicados tranquilamente, como
se nada mudara. Foi assim com a guitarra, bateria, televisão e outros.
Nos últimos dias, temos visto a igreja mergulhar nas batidas
do funk carioca e entrar na onda dos cantores que se intitulam evangélicos,
mesmo que suas letras fazem apologia ao erotismo e, nos shows, apresentam performance
totalmente sensual.
É o caso da funkeira, carioca, Viviane Queiros ,23, que mesmo com as músicas
“bota tudão”e “ perdendo a linha” entre outras, se declara evangélica, e chegou
a ter, no mês de janeiro, um relacionamento com o pastor da Igreja Pentecostal
Tempo de Milagre, Leonardo Sale. Pocahontas
não vê problemas em conciliar a carreira artística com a fé, por que segundo ela
“ só faço bem para as pessoas”, declarou em entrevista ao g1.
O problema não é a cantora se declarar evangélica, mas a
igreja evangélica pentecostal assimilar a musica funk e inseri-la no culto.
O arranjo surgiu nos Estados Unidos na década de 60, com
pianista Horace Silver, que uniu o jazz e o soul, e criou o “Funk Style”, mas
as posições elevadas nas paradas de sucessos, só veiaram através de James Brow.
No Brasil, na década de 80, a equipe de som Furacão 2000,
foi responsável pela introdução e massificação do toque através dos bailes
dançantes. Embalado pela conhecida
“loura do funk”, Verônica Costa, na época, esposa de Romulo Costa, dono da
equipe, o balanço deu os primeiros passos no sentido da sensualidade. Alguns anos
depois, surgiram os “bondes”, e hoje, está impregnado em boa parte da sociedade
brasileira.
A forte penetração que o ritmo alcançou na juventude fez com que algumas
igrejas do movimento pentecostal tradicional, como Assembleia de Deus
Ministério de Madureira, presidida pelo pastor Abner Ferreira, abrisse as
portas da catedral para as primeiras apresentações de cantores e dançarinos de
funk em Julho de 2012. Desde então, não poucos pastores tem dado oportunidade
aos “MCs”, a fim de se apresentarem nos cultos. Apoiado pelos embalados movimentos de Aline Barros, na música “Dança do Pinguim”, o ritmo avança e cria, na
base, a aceitação da música funk.
O fato é que além de Pocahontas se dizer evangélica, mesmo
com toda a apologia que faz ao erotismo, outros cantores também se revelaram
como “funkeiros gospel”. então me pergunto, até quando as igrejas
que se abriram para os “funk gospel”, se manterão fechadas, para o
pesadão, proibidão e outros?
Creio que a sedução pelo grande público fará com que
pastores se prostrem rapidamente aos diferentes estilos musicais, independente
do que cantam ou dançam. Desde que tragam capital social para a igreja, podem
promover o que quiserem. Penso que na batida do funk, muitos pastores se
tornarão empresários, os templos em casas de shows, os membros em públicos, mas
os artistas não precisarão se transformar em nada, pois os mesmos já são e
estão na igreja, apenas se revelarão.
É possível que num futuro próximo o “pancadão da família” será uma
realidade para todos os domingos, a partir das 18 horas, nos templos evangélicos.
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